terça-feira, fevereiro 21, 2006

O elefante acorrentado

Quando eu era pequeno, adorava o circo e aquilo de que gostava eram os animais. Cativava-me especialmente o elefante que, como vim a saber mais tarde, era também o animal preferido dos outros miúdos. Durante o espectáculo, a enorme criatura dava mostras de ter um peso, tamanho e força descomunais… Mas, depois da sua actuação e pouco antes de voltar para os bastidores o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das suas patas.
No entanto, a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a torrente fosse grossa e pesada, parecia-me óbvio que um animal capaz de arrancar uma arvore pela raiz, com toda a sua força, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir.
O mistério continua a parecer-me evidente.
O que é que o prende, então?
Porque é que não foge?
Quando eu tinha cinco ou seis anos, ainda acreditava na sabedoria dos mais velhos. Um dia, decidi questionar um professor, um padre e um tio sobre o mistério do elefante. Um deles explicou-me que o elefante não fugia porque era amestrado.
Fiz, então, a pergunta óbvia:
-Se é amestrado, porque é que o acorrentam?
Não me lembro de ter recebido uma resposta coerente. Com o passar do tempo, esqueci o mistério do elefante e da estaca e só o recordava quando me cruzava com outras pessoas que também já tinham feito essa pergunta.
Há uns anos, descobri que, felizmente para mim, alguém fora tão inteligente e sábio que encontrara a resposta:
O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho a certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele.
Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro... Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino.
Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer.
Tem gravada na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer.
E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação.
Jamais, jamais tentou pôr novamente à prova a sua força...
Transcrito do livro "Deixa-me que te conte" de Jorge Bucay

Deixa-me que te conte...

Este é o titulo de um livro de Jorge Bucay que contem pequenos contos que têm tanto de comico como de tragico e que nos permitem experimentar, de uma forma e intensa, a verdade acerca de nós proprios. Jorge Bucay nasceu em Buenos Aires em 1949 e é psiquiatra e psicoterapeuta.
Este livro está muito bom, cada historia encerra uma liçao de moral, que faz pensar nos varios aspectos da vida e dos acontecimentos quotidianos e nos ensina a viver. Vou transcrever aqui alguns mensal ou quinzenalmente para vos pôr a pensar também.
Disfrutem...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O quêêêêêêê??????

O padre Nuno Serras Pereira numa entrevista ao seminario independente falando acerca da tentativa de casamento entre homossexuais em portugal diz que «a homossexualidade é uma doença», «uma neurose», que pode ser tratada com terapia. Diz ainda que os homossexuais vivem menos tempo e são mais propensos à pedofilia. Aos sexólogos que não partilham da sua visão do assunto, diz que estão «mal informados».
O que mais me chocou fou ele declarar que «matar uma criança é mais grave do que abusar dela», defender que o aborto é pior que a pedofilia!!! Mas como é que é possivel afirmar uma coisa destas, um feto que nem sequer saiu de dentro da mae, compara-lo a uma criança, é pior matar o feto do que abusar de uma criança!!?!! Claro, porque a criança nem vai ficar com traumas psicologicos nem nada, mas o feto coitadinho, se nao sobreviver, vai ficar afectado querem ver!!!!
Depois o tal padre ainda quando confrontado com o facto de muitos sacerdotes terem condenado a sua posição e afirmado que tinha feito uma interpretação abusiva do Código de Direito Canónico, o padre não tem papas na língua: «Temos de compreender a ignorância dos outros».
Ele é que é ignorante!!!!!!

Pra verem a noticia completa, cliquem:

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=645279&div_id=291

Atarefada!!!

Eu sei, eu sei.... ha algum tempo que nao postava aqui, mas sabem como é, frequencias, trabalhos, final de semestre......



Do que eu precisava mesmo era duma....